Todos que passaram pelo CCS-SP nos anos 90’s conheceram Martinez. Ele tinha o habito de se aproximar dos jovens, passar informes, orientações e pegar informações.
Chegava sempre cedo nas atividades e recebia os que iam chegando. Raro são os que não foram sabatinados pelo companheiro.
Quando o vi pela primeira vez, ele estava na frente da entrada do CCS na Rua Rubino de Oliveira, eu caminhava lentamente em sua direção. Quem disse que eu tive coragem de parar? Passei “batido”. A principio, a robustez do companheiro afastava um pouco os jovens e eu contava apenas com 11 anos de idade, uma criança em busca de se encontrar ou reencontrar-se. Mas Martinez era atento como uma coruja percebera que minha real intenção era parar ali e lhe perguntar algo. Chamou-me, parei e voltei alguns centímetros. Perguntou se eu estava procurando a sede do CCS. Aproximei-me, e o complementei e ele logo foi buscar um caderno universitário onde anotava o nome e o endereço dos visitantes e pediu que colocasse meus dados ali para receber correspondências com informes e o boletim. Na terça-feira seguinte chegou o boletim do CCS, que o próprio havia me enviado. Depois recebíamos doações de livros e jornais.
Inicia aí uma relação bilateral de troca de informações. Falávamos, entre outras coisas, das organizações e da militância dos anarquistas nos movimentos populares e nas associações de bairros, sindicatos, grêmios estudantis, etc. Onde ele próprio militava.
As conversas duraram até meados de 1998, quando adoeci e me afastei da militância. Em novembro deste mesmo ano vem me visitar o companheiro Railton e me dá a triste noticia de falecimento do companheiro e amigo Antonio Martinez.
Martinez iniciou sua militância ainda na adolescência, trazia no sangue a luta proletária. Foi membro da FOSP desde 1930 e foi sócio do CCS-SP até o ultimo dia de sua vida.
Neste ano que completa 10 anos de seu falecimento, nós do CCS Antonio Martinez lembramos o companheiro com saudade.
“ Antonio Martinez, seguimos sua luta ”