PROGRAMAÇÃO DO CENTRO DE CULTURA SOCIAL ANTONIO MARTINEZ
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Sem Terra são impedidos de marchar em SP
Os 400 trabalhadores acampados desde a manhã do dia 17 de abril na fazenda Saltinho, em Americana, realizavam ontem uma marcha em direção à cidade de Cosmópolis, região de Campinas, quando foram impedidos de prosseguir pela polícia.Os Sem Terra exigem que a área seja destinada para assentamento das famílias acampadas e reinvindicam que a prefeitura de Cosmópolis tome providências quanto à abertura da estrada utilizada irregularmente pela Usina Ester, que funciona na fazenda. A avenida João Nicolau Abdalla é municipal e dá acesso ao bairro Antônio Zanaga. No entanto, a Usina Ester fechou a estrada para uso privado, prejudicando toda a comunidade.Ao lado da fazenda Saltinho está o assentamento Milton Santos. Os assentados também participaram da marcha.HistóricoNa tarde de sexta-feira (18/4) foi concedida a liminar de reintegração de posse da área ocupada pelo MST em Americana. De acordo com a coordenação do movimento, o Estado negou as informações sobre a fazenda. A fazenda Saltinho tem 216 hectares e faz parte de um complexo de terras de 8,5 mil hectares utilizados indevidamente pela Usina Ester para o plantio de cana-de-açúcar. Na década de 70, a área de propriedade da família Abdalla, foi confiscada por conta de dívidas. No entanto, o Estado nunca tomou posse da fazenda que continuou sendo administrada pela Imobiliária Jaguari. Hoje a área está arrendada para a Usina Ester.A fazenda Saltinho já foi ocupada duas vezes e nos pedidos de reintegração de posse a usina nunca conseguiu comprovar o arrendamento de todas as áreas. Há muita obscuridade no que diz respeito à documentação dos 8,5 mil hectares do complexo. No entanto, nas duas vezes foi concedida a reintegração.Em 2006 o procurador do Estado que atua na região de Campinas notificou judicialmente a imobiliária alegando que a área é de propriedade do Estado. Depois disso, o processo foi passado para a Procuradoria Geral do Estado e está parado nessa instância desde então.Enquanto isso, em São Paulo, são 1.600 famílias acampadas à espera da Reforma Agrária. No Brasil são 150 mil famílias.
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